segunda-feira, 26 de julho de 2004

Poesia actual de um país à deriva



A NAU CATRINETA







Lá vem a Nau Catrineta



Que tem muito que contar



São Paulo Portas à proa



Santanás a comandar



Ouvi agora senhores



Uma história de pasmar



D. Bagão conta o pilim



D. Morais trata das velas



D. Guedes limpa com VIM



Tachos, pratos e panelas



D. Pereira na enfermaria



Conta pensos e emplastros



E o D. António Mexia



Põe vaselina nos mastros



D. Durão deu à soleta



Enjoou de andar à vela



E Santa Manuela Forreta



Largou-os sem lhes dar trela



Aflito El-Rei Sampaio



Com estas novas tão más



Disse aos bobos de soslaio



Chamai lá o Santanás



Aqui estou meu Senhor



Vós mandasteis-me chamar?



Soube agora desse horror



D. Durão vai desertar?



Cala-te lá meu charmoso



Não me lixes mais a vida



Troco um cherne mal-cheiroso



Por um carapau de corrida?



Pobre da Nau Catrineta



Já lamento a tua sorte



Esta marinhagem da treta



Nem sabe onde fica o Norte



Parece que já estou vendo



Em vez de descobrir mundo



Ao primeiro pé de vento



Espetam com o barco no fundo



Ou então este matraque



Com pinta de Valentino



Gasta-me a massa do saque



Nas boîtes do caminho



Não se aflija meu Rei



Que agora vou assentar



Pois depois do que passei



Cheguei onde quis chegar



E por aquilo que passei



Aqui ninguém nos escuta



Eu quero mesmo é ser Rei



E vamos embora à fruta




(autor desconhecido, recebido por e-mail)





Até logo, vizinhos.

Vou navegar lá pra dentro.


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